domingo, 22 de agosto de 2010

Mulher, que dizer, cabelo de fases

Uma das grandes preocupações do público feminino é aquilo que elas têm na cabeça. Pois é, os cabelos. Loiros, castanhos, ruivos, coloridos, com luzes... Uma infinidade de variações de cores. Feitas pelo papai e a mamãe ou pelo cabelereiro. Mas, hoje em dia é muito difícil ver mulheres que assumam o tipo de cabelo com o qual nasceram. Principalmente quanto ao tipo: liso, ondulado, cacheado, afro... E todos os estágios intermediários entre um e outro. (Dá-lhe chapinha, escova progressiva, definitiva, de chocolate, doce de leite, chantilly... Nada como doces pra fisgar a atenção feminina!)

Meu cabelo, assim como o de muitas meninas, nunca se deciciu. Nasci com os cabelos bem escuros e lisinhos. Quando criança, eles eram lisos e loiros, e foram se tornando castanhos com o tempo. Lá pela início/meio da minha adolescência eu me encontrava com cabelos castanhos, compridos e cacheados. Eu não sei como, mas eu simplesmente passava algum creme pra penter ou algo que o valha e ele ficava encaracoladinho. O que, devido ao meu gosto musical me rendeu o apelido de Alanis (sim, Morissette).

Depois de um tempo, acho que lá pelos 18 anos, os cachinhos não queriam mais se entender e se recusavam a se alisarem de vez. Ou seja, meu cabelo ficou indefinível. Aos poucos meus cabelos foram cedendo às minha preces e se tornaram algo como um ondulado domado. E, nessa época da minha vida eu decidi que queria ser "aquela menina lá, de cabelo vermelho" e não "a gordinha" e então, pintei aquele baita cabelão de ruivo. É claro que fiz a maior cagada da primeira vez e acabei ficando com os cabelos e os pelinhos das costas vermelhinhos. Fui pegando prática com o tempo.

Mais alguns aninhos se passaram, e lá pelo primeiro ano da faculdade enjoei do cabelão comprido que mantive por tantos anos e pedi pra minha irmã, que nasceu com o talento de cortar o próprio cabelo sem fazer desastre, que cortasse o meu na altura do pescoço. Claro que percebi que o talento dela era mais nos cabelos da sua cabeça, pois eu acabei ficando com um formato pirâmide. Fui na cebelereira pra dar um retoque... Melhorou um pouco. Mas, teimosos que são, meus cabelos se viram mais leves e decidiram que queriam se cachear de novo. O único problema é que aparentenmente eles não se lembravam mais como fazê-lo.

E assim eu vivi por muito tempo com os cabelos presos e trancafiados. Conforme eles foram crescendo e eu conseguindo segurar sua rebeldia, ele foi voltando ao estado "eu num sei bem o que sou, mas não sou uma vassoura de palha". Eu decidi que queria deixar novamente ele crescer, mas o problema é que a lerdeza com que meus cabelos crescem faz com que eu acabe enjoando da minha cara no espelho, pois pareço estar sempre igual.

ADENDO: Eu nunca consegui manter muito tempo o cabelo igual, até já inventei de pintar as pontas de azul e fazer luzes.

Bom, chamei a cabelereira e expliquei a situação. Disse que queria deixar crescer mas que estava enjoada do mesmo corte de sempre. Quando lavei o cabelo depois do corte e deixei secar livremente me assustei. Achei que tivesse me tornado uma versão ruiva do Bon Jovi em sua época "cabelo poodle". O cabelo ficou novamente mais leve mas não conseguia cachear direito, se tornando armado e perigoso. Justo quando eu estava conseguindo voltar a usar os cabelos soltos...

Então corri para a farmácia e achei minha solução: ativador de cachos!!! Pra relembrar meu cabelo como fazer cachinhos, segurando o volume, mantendo meus cabelos compridos e conseguindo usá-los soltos. Fui pra casa pedindo ao deus capilar que funcionasse.

Não tenho muito paciência pra experimentar muitos produtos e nem dinheiro pra gastar com isso. Então fiz um mix do creme para pentear que eu já estava acostumada, aquele vermelhinho da Loreal da embalagem vermelha que é para cabelos tingidos (ah! Porque eu continuo usando a tática de ser ruiva pra esse ser meu "ponto de referência".) com um da Garnier Fructis que é um tal "leite para pentear" para cabelos cacheados. E num é que eu gostei? E aí vai minha dica, rápido, barato e eficiente para quem tem um cabelo indeciso, pouca paciência e pouco dinheiro pra gastar com esses produtos.

Até o próximo "drama" dessa vida de menina... ;)

domingo, 15 de agosto de 2010

Pózinho de pirlim-pim-pim

Como 99,999999999% das mulheres, meninas, fêmeas, ou seja, seres humanos portadores de mais de um cromossomo X eu nunca fico completamente satisfeita com os números que aparecem na minha frente quando subo numa balança. E, pra ajudar, sou sedentária, preguiçosa e adoro porcarias de todo tipo. Resumindo, sou, no meu conceito, gordinha.

Já passei pela fase de fazer tudo que é dieta maluca. Desde de passar uma semana comendo só abacaxi até tomar os famoso shakes que subistituem até duas refeiçõs diárias. Resultado: eu emagrecia míseros 2kg. passando fome e vontade, ficava puta da vida e me consolava com uma barra gigante de chocolate. (Engraçado como funciona a mente feminina, não?)

Eu trabalho com 30 mulheres. Então, dentre a grande diversidade (?) de assuntos um bem recorrente são as dicas para emagrecer. E foi assim que, certo dia, uma das minha colegas (beijos Ana Paula!) disse ter visto uma receita que utilizava feijão branco. Não poderia ser mais simples. Feijão branco cru, batido no liquidificador ou num processador (essa foi a parte favorita da minha gatinha, Ruby, que ficou correndo pela casa ensandecidamente com o barulho) e coado, até ficar bem parecido com farinha de trigo. Eu misturo uma colher de chá em um pouquinho de água e tomo de um gole só (é só fingir que é uma dose de tequila) meia horinha antes do almoço e... E só! Não é mágico?

Não. Essa receita não vai "secar 15kg. em 10 dias!" nem te deixar com a "barriguinha chapada em uma semana!". Mas, para as preguiçosas assumidas e, que ainda por cima não param em casa para preparar refeições suuuper equilibradas com ingredientes de altíssima qualidade e blábláblá... já é uma grande ajuda. É a longo prazo. Mas a não ser que você vá se casar em uma semana ou quer ficar magra para um vestido ou encontro, tá valendo.

Pra deixar ainda mais prático comprei uma daquelas papinhas prontas que vêm naqueles potinhos de vidro pequenininhos e bonitinhos e usei o vidrinho para guardar um pouquinho do meu querido pózinho e andar com ele na bolsa. Assim, não tenho desculpa para não tomar todos os dias na hora do almoço (que é a única refeição que faço, de certa forma, como manda o livro).

Mas vale ressaltar aqui. Acho ridícula e absurda a falsa idéia de que o que é natural não pode fazer mal. Se for assim, quero ver quem passa urtiga "pra hidratar a pele" ou come capim sem ter dor de barriga. O feijão é um alimento que estamos habituados a consumir e não qualquer "matinho" que o tio do amigo do cunhado da vizinha da prima trouxe de Pindamonhangaba ou Curralinho (sim, essa cidade existe!). Tomem cuidado com milagres! ;-)

Esse é meu relato. Sem grandes esforços dei uma forcinha para, pelo menos, não engordar. Em um mês perdi uns 4 kg. Não tem como escapar de todo o aparente blábláblá de comer equilibradamente, fugir das porcarias e fazer exercícios (e uns retoques cirúrgicos, claro) se você quer ficar igual à Angelina Jolie, Cléo Pires e essas chatas (odeio!) por quem seu namorado baba. Mas se você tiver preguiça e paciência, que custa chamar a Sininho pra te dar um pouco do pózinho de pirlim-pim-pim?

O que é ser XX?

Você nasceu com dois cromossomos X, um veio do papai e outro da mamãe. Muito provavelmente seu enxoval quando bebê era todo rosa. Sua mãe usava lacinhos e babadinhos em suas roupinhas. Você tinha uma lancheira cor de rosa. Seus cadernos tinham bichinhos na capa. Depois, eram meninos bonitos que estampavam seus cadernos e as parede do seu quarto. Você aprendeu a usar sutiã, absorventes, ter cólica, fofocar com as amigas, fazer pulseirinhas da amizade. Fugir dos meninos no recreio era uma grande diversão.

Mas... Você também brincou muito de "Power Rangers" e "Tartarugas Ninjas" com os meninos. Tudo bem, você era a "Power Ranger" rosa e a April, a jornalista bonitinha que ajudava os "tartarugos". Seu uniforme tinha um certo desgaste nos joelhos por cair enquanto corria brincando de pega-pega na hora do recreio. Os meninos às vezes conversavam para decidir se você ia poder brincar com eles ou não, e às vezes usavam a frase "Ela menina mas é legal.".

Os tempos passaram e você às vezes tem a sensação de que, por mais que lhe falte o "Y" que os meninos tem, os seus dois cromossomos "X" não assim tão femininos. As meninas da sua idade passam horas a fio fazendo escova no cabelo. Você, nunca pensou em comprar um secador. Elas contam sobre uma mega promoção da loja "XYZWQA" e você nem sabe que loja é essa. Quando escuta os preços da promoção, pensa que é muito feliz comprando camisetas na Galeria do Rock ou blusinhas na C&A. Você nem sabe direito os nomes de todos os aparatos do reboque, digo, maquiagem. Basicamente, quando você não acorda atrasada, passa um protetor solar, rímel, batom e sai.

Se você se identificou... Não se preocupe. Por algum tempo durante minha adolescência eu achei que estava errada e deveria ser mais vaidosa, ter uma maleta de maquiagem, ter nojinhos de botecos e achar roupas caríssimas um luxo. Eu tentei, mas não consegui. Não há o que me faça decorar e muito menos usar 27 cosméticos todos os dias, deixar de frequentar locais onde o preço da cerveja é inferior a 5 reais, falar palavrão e pagar absurdos em pedaços de pano.

Porque eu nasci assim, XX. Ir pro boteco com meus amigos é uma das minhas diversões preferidas. Não me importo com o fato deles arrotarem, falarem palavrão e chamarem o ato sexual de "comer". E nem poderia, pois faço o mesmo. Mas também vivo de regime e troco dicas com minhas amigas. Demoro no banho, fico um tempo considerável pensando em que roupa usar quando vou sair. Depois que escolho, visto a roupa, passo meus aproximadamente cinco itens de maquiagem, dou uma ajeitadinha no cabelo... E coloco meu tênis. E eu sou feliz assim, como uma pessoa um vez, numa balada em que todas as mulheres usam salto alto, apontou: "Aquela... A Menina de Tênis.".